Para alguns setores do mercado, o período de estagnação comercial por conta da pandemia foi responsável pelo reaquecimento fora de época da economia. Empresas de transporte rodoviário de cagas tiveram um expressivo crescimento catapultado por produtos agrícolas, e-commerce, farmacêuticos, higiene e limpeza e alimentação. No entanto, aqui no Brasil, o setor de transporte de cargas rodoviárias tem pouco tempo para comemorar uma vez que seu desempenho positivo traz a preocupação do aumento de roubos de carga.

Impulsionados pela demanda gerada pela pandemia, o setor do agronegócio tem sido um dos que mais sofreram. Os roubos e furtos de caminhões em Mato Grosso aumentaram 98% em 2021 em relação a 2020, segundo dados da Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp). No ano passado, foram registrados 161 roubos e 91 furtos de caminhões no estado. As cidades com os maiores índices desse tipo de crime são Cuiabá, Várzea Grande e Rondonópolis. “Com o reaquecimento da economia em 2021 por conta do agronegócio e principalmente na região de Mato Grosso, localização estratégica, os caminhões se tornaram alvos de bandidos que levam as cargas para a Bolívia e trocam por entorpecentes” – explica o comandante do Grupo Especial de Segurança na Fronteira (Gefron), Fábio Ricas

Em meio às crescentes tensões de abastecimento de fertilizantes vindos da Rússia, decorrentes da guerra na Ucrânia, as estatísticas de roubos de carga tendem a se agravar, uma vez que o volume negociado aumente por conta do receio de desabastecimento. “Geralmente, quando há preocupação de um possível risco de desabastecimento, como o que vem acontecendo agora com os fertilizantes, os produtores tendem a aumentar seus pedidos de modo a minimizarem prejuízos decorrentes de uma possível falta de estoque. Como esse tipo de produto é uma carga bastante visada, as estatísticas de roubo a cargas tendem a aumentar drasticamente” – explica Luiz Henrique Nascimento, diretor comercial da T4S Tecnologia.