Em meio a tantas expressões de alegria e comoção, uma família viajou de São João do Ivaí levando a tiracolo uma enorme faixa que, estendida no anfiteatro, ensejou um clima de torcida organizada em favor de Cláudio Ribeiro Benetão Júnior, um dos formandos da noite. Por sinal, era a única faixa no local, que recebeu dezenas de familiares e amigos para acompanhar, numa noite de temperatura agradável, na casa dos 20 graus, a colação de grau, ontem (13), em Cidade Gaúcha.

O melhor: os seis formandos em Engenharia Agrícola estavam todos empregados, inclusive em empresas de grande porte, sediadas no Mato Grosso do Sul, oeste paranaense e no Rio Grande do Sul.

Realizada no anfiteatro do Câmpus do Arenito (CAR), a cerimônia de colação de grau reuniu autoridades acadêmicas e políticas da região. Para o orador geral da turma, Heron Scarparo de Holanda, as batalhas dos agora neograduados não foi fácil, pois no início do curso, por serem jovens, quase não havia maturidade para a tomada de algumas decisões, o que só foi ocorreu com o tempo. Diante da chegada de um novo ciclo pós-formatura, eles estão, segundo Heron, aptos para ingressar no mercado de trabalho. E defendeu a responsabilidade e o amor no exercício profissional de cada colega.

 

“Frutos da melhor qualidade”

 

O reitor Júlio Cesar Damasceno enalteceu a colação de grau como o principal momento da universidade, o ápice da trajetória dos estudantes matriculados em uma graduação. Ele lembrou a atuação visionária dos que se empenharam em criar a UEM, há quase 53 anos, e disse que a sociedade recebe agora jovens prontos para fazer a diferença em suas carreiras no trabalho.

Damasceno diz que a Engenharia Agrícola é uma profissão necessária e atual, lembrando que o mundo passa por mudanças numa velocidade cada vez maior, gerando desafios que precisam ser superados sem que se comprometa a sustentabilidade do planeta. “Estamos certos de estarmos entregando à sociedade frutos da melhor qualidade, tipo exportação”, assegurou o reitor. Ele ressaltou, ainda, o potencial de excelência da UEM, atestado por rankings que adotam metodologias rigorosas, e preconizou aos formandos que ajam com responsabilidade e coragem, “com o tempero da ética”.

Por fim, disse que a UEM vem dando respostas à sociedade a todo instante, vide a atuação dos profissionais da saúde durante o combate à pandemia. Damasceno recordou o trabalho incansável destes profissionais, arriscando a vida e abrindo mão do convívio familiar no enfrentamento ao Coronavírus. “Numa sociedade do conhecimento, como é importante estudar numa universidade como a UEM!”, exclamou. A partir de agora, concluiu o reitor, “a UEM está cravada no DNA de vocês”.

O professor Marcelo Alessandro Araújo, paraninfo geral, disse que estava honrado e se sentindo muito orgulhoso pelo convite. Docente do curso de Engenharia Agrícola, duas vezes diretor do CAR, esta foi a quarta vez que ele foi paraninfo, além de ter sido cinco vezes patrono da graduação.

 

“Pra recomeçar”

 

De acordo com o professor, o papel da universidade foi ensinar e oferecer o suporte aos estudantes. “Ao mesmo tempo, aprendemos muito com vocês”, afirmou. Segundo Marcelo, apesar dos obstáculos ser professor é uma dádiva pela oportunidade de transmitir conhecimento e, no caso dele, muitas vezes atuar como um conselheiro do aluno, que, distante dos pais e muito jovem, ingressa na graduação precisando muitas vezes deste tipo de amparo.

O paraninfo lembrou que o aluno é a razão da existência de uma instituição de ensino superior, razão pela qual deve ser sempre tratado com respeito. Na universidade, há, além da preocupação com a formação técnica, a preocupação com a formação cidadã do acadêmico.

O engenheiro agrícola possui papel fundamental no desenvolvimento do Brasil, com forte inserção na agropecuária, ajudando no desenvolvimento de máquinas e sistemas utilizado pelo setor, salientou Marcelo. Para ele, é preciso contribuir com o aumento da produção e produtividade de alimentos, sem deixar de lado o comprometimento com a sustentabilidade, pois “o planeta precisa ser respeitado”. Marcelo citou trechos de uma música de Almir Sater, que faz menção à importância de se valorizar o planeta, e também emprestou trecho final de uma canção de Frejat para dizer aos alunos: “Eu desejo que você tenha a quem amar/E quando estiver bem cansado/Ainda exista amor pra recomeçar/Pra recomeçar/Pra recomeçar”.

Com os negraduados de ontem, em Cidade Gaúcha, a UEM já formou 79.412 profissionais. Nesta quinta-feira (14), a colação de grau será no Câmpus Regional de Umuarama (CAR) e, amanhã (15), no Câmpus Regional de Cianorte, encerrando as solenidades de formatura da UEM alusivas a 2021.