O verão 2022/2023 foi um dos mais chuvosos dos últimos tempos, fator que contribui para aumentar os locais com focos do mosquito Aedes aegypti, responsável pela transmissão da dengue, da febre chikungunya e do zika vírus. E, de acordo com o último Levantamento Rápido de Índices para o Aedes aegypti (LIRAa) feito pela Vigilância em Saúde Ambiental de Umuarama, indica que sete bairros estão classificados como de alto risco de infestação predial do mosquito, com índice acima de 4%.

De acordo com Organização Mundial de Saúde, o ideal é que, quando não se consegue um zero, que o índice seja ao menos inferior a 1%, indicando baixo risco de infestação. “Quando temos índices entre 1% e 3,9%, o risco de infestação é considerado médio. Porém, acima de 4% já estaremos em alto risco. E as Unidades Básicas de Saúde (UBS) com os maiores índices são Bem-Estar (4,1%), 26 de Junho (4,3%), Jabuticabeiras (5,3%), 1° de Maio (6%), Panorama (7%), Sonho Meu (8,2%) e Jardim Lisboa (9,8%). São números preocupantes”, indica Renata Luzia Ferreira, coordenadora do Serviço de Vigilância Ambiental da Secretaria de Saúde de Umuarama.

Mais preocupante ainda, segundo Renata, é a situação específica da Praça Portugal, que atingiu 20 pontos – ou seja, em cada 100 casas visitadas, em ao menos 20 existiam focos do Aedes aegypti. “Outras localidades em que todos devem ficar em alerta total é a região do Colégio Souza Naves, com nota 16, o Verde Vale, o Sonho Meu e o Independência, com nota 12, a Zona II, com nota 11,5, o Parque Cidade Jardim, com nota 11,4, o Jabuticabeiras, com nota 11,1, e o Parque Bandeirantes, com nota 10. Todos devem se envolver na luta porque a dengue é uma doença que pode inclusive levar à morte”, alerta.

Ela conta que 13 regiões estão com índice entre 1% e 7% e 26 conseguiram ficar com o índice zero, como as regiões da Igreja São Paulo, Zona III, Dom Pedro, Colibri, Córrego Longe, Arco-Íris, Xetás, Catedral, Metropolitano e Rodoviária, entre outros (veja tabela nesta página). “O Sistema LIRAa auxilia nas análises entomológicas (identificação de uma praga a fim de eliminá-la) e fornece informações sobre índices de infestação predial, desta forma desenvolvemos um trabalho com diversas ações para controle de vetor”, relata.

Renata ressalta, porém, que não basta o trabalho dos agentes de endemias, as visitas constantes, as fiscalizações, os fumacês, os tratamentos com larvicida e outras operações para eliminar possíveis focos do mosquito se a população não fizer a parte que compete a ela. “A Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa) visitou 52,5 mil imóveis de Umuarama entre janeiro e fevereiro, onde identificaram 3.568 depósitos com potencial de fatores à reprodução do mosquito e eliminaram pouco mais de 48 mil focos”, aponta.

 

 

 

ÍNDICE DE INFESTAÇÃO PREDIAL DO AEDES AEGYPTI

LOCALIDADES COM MAIS FOCOS EM UMUARAMA

Praça Portugal 20
Colégio Souza Naves 16
Verde Vale 12
Sonho Meu 12
Independência 12
Zona II 11,5
Cidade Jardim 11,4
Jabuticabeiras 11,1
Bandeirantes 10
Dom Bosco 9,1
San Gaetano 8
Tarumã 8
Colégio Monteiro Lobato 7,7
Alto São Francisco 7,4
Jardim Cruzeiro 7,4
Canadá 7,3
Belvedere 6,5
Danielle 5,6
Império do Sol 5,6